"Só agora eu sinto que a minhas asas eram maiores que
as dele, e que ele se contentava com o ares baixos: eu queria grandes espaço,
amplitudes azuis onde meus olhos pudessem se perder e meu corpo pudesse se
espojar sem medo nenhum. Queria e quero — ainda. Voar junto com alguém, não
sozinho. Mas todos me parecem tão fracos, tão assustados e incapazes de ir
muito longe. Talvez eu me engane, e minhas asas sejam bem mais frágeis que meu
ímpeto. Mas se forem como imagino, talvez esteja fadado à solidão."
Caio Fernando Abreu
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